Inovatec recebe patente nas áreas de alimentação e saúde, e registra software desenvolvido pelo Nutes

30 de setembro de 2024

A Coordenadoria de Inovação Tecnológica (Inovatec) da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB recebeu o deferimento de mais uma carta patente concedida pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Trata-se da patente pela “Bebida probiótica antioxidante de base vegetal com polpa de jambolão e seu processo de fabricação”. O setor também registrou software responsável por auxiliar no diagnóstico do câncer de pele, desenvolvido pelo Laboratório de Análise de Imagens e Sinais (LAIS) do Núcleo de Tecnologias Estratégias em Saúde (Nutes).

A pesquisa que levou à patente foi desenvolvida em cotitularidade entre UEPB e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) é resultado dos estudos desenvolvidos pelas professoras Flávia Carolina Alonso Buriti e Eliane Rolim Florentino, docentes do Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas e pesquisadoras do Núcleo de Pesquisa e Extensão em Alimentos (NUPEA), Débora dos Santos Dantas, egressa do mestrado em Ciências Farmacêuticas, e Karina Maria Olbrich dos Santos, pesquisadora da Embrapa.

A tecnologia refere-se a uma bebida vegetal probiótica com propriedade funcional a base de leite de coco (Cocus nucifera) e polpa de jambolão (Syygium jambolanum), fermentada com Lactobacillus mucosae. A descoberta apresenta-se como uma alternativa para a linha de alimentos não lácteos, uma vez que o uso do leite se torna limitado para um número crescente de pessoas alérgicas às suas proteínas, intolerantes à lactose, adeptas a dietas com baixo teor de colesterol ou mesmo vegetarianas e veganas.

Diferentemente dos produtos desse tipo comuns no mercado, a bebida probiótica antioxidante de base vegetal com polpa de jambolão, além de ser não láctea, é natural e não contêm aditivos químicos, atributos benéficos à saúde humana. A Inovatec destacou que o processo de produção revelado nas pesquisas superou os resultados esperados quanto à viabilidade dos microorganimos na matriz vegetal e quanto à avaliação sensorial.

A Coordenadoria afirmou que o deferimento da patente é resultado de um esforço contínuo dos pesquisadores da UEPB, no objetivo de trazer soluções para problemas atuais e benefícios para a sociedade. O protagonismo dessas pesquisadoras reflete o desejo de construir uma universidade cada vez mais forte na cultura da inovação.

Software
O LAIS/Nutes desenvolveu um aplicativo que utiliza inteligência artificial por meio de modelos de aprendizado de máquinas para rastrear e classificar melanoma na pele. Trata-se do software “Derma: Sistema de Diagnóstico assistido por Computador – DERMA SDAC”, protocolado junto ao INPI sob o número 512024003406-4. Foi desenvolvido pelo professor Robson Pequeno de Sousa, do Departamento de Computação, Câmpus I, em parceria com os pesquisadores do José Alberto Souza Paulino, Aleksandro da Costa Fabrício e Luís Thiago Costa Henrique, do Nutes.

O aplicativo está acessível por meio de smartphones e tem o objetivo de servir como uma ferramenta de apoio ao diagnóstico para profissionais de saúde. Essa tecnologia tem o potencial de acelerar significativamente o processo de diagnose, o que é crucial para um tratamento eficaz, especialmente em áreas onde o acesso a dermatologistas é limitado. Para os inventores, como o tempo é um fator crítico para o prognóstico do paciente, a possibilidade de usar essa tecnologia por meio de um simples smartphone conectado à internet oferece uma solução acessível e fácil de usar.

A ferramenta também pode ser integrada a programas de rastreamento de câncer de pele, permitindo um monitoramento mais eficaz em larga escala e uma resposta mais rápida em casos suspeitos, além de apoiar ações estratégias de gestão. Atualmente, o aplicativo alcança uma taxa de acurácia de 92% na distinção entre lesões benignas e melanomas, evidenciando seu excelente desempenho no rastreamento desse tipo de câncer de pele. A equipe de desenvolvimento já está avaliando a incorporação de outros tipos de lesões cutâneas, ampliando o potencial dessa ferramenta para diagnósticos dermatológicos mais abrangentes.

Os pesquisadores relatam que o panorama da saúde tem se modificado com a revolução tecnológica no campo da medicina, sobretudo com os avanços significativos da inteligência artificial (IA), para auxílio no diagnóstico precoce de diversas doenças. Essas inovações oferecem valiosos recursos, especialmente no combate a doenças em que o tempo é um fator determinante, como é o caso do melanoma, um dos tipos mais agressivos de câncer de pele.

No Brasil, o melanoma representa um grande desafio de saúde pública. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), em 2022, 30% de todos os diagnósticos de câncer no país são de pele, sendo o melanoma o mais letal. A Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) ressalta que “a fase em que o melanoma é descoberto costuma ser decisiva para o sucesso do tratamento e para que sejam maiores as taxas de sobrevida em cinco anos”.

Se identificado precocemente, a taxa de cura pode ultrapassar 90%, enfatizando a importância de diagnósticos rápidos e precisos. Por entender que o uso de recursos tecnológicos tem a capacidade de dar celeridade no processo de diagnóstico, os pesquisadores desenvolveram o Derma Sdac.