Dia 29 de agosto – Dia Nacional de combate ao fumo. Cigarros eletrônicos: Grande preocupação na atualidade (Texto; Karol Morais)
O uso de Cigarro eletrônico (e-cigarro) está crescendo rapidamente e seu impacto sobre a saúde é desconhecido. O consumo de cigarros é a mais devastadora causa evitável de doenças e mortes prematuras da história. Na atualidade, o tabagismo representa um dos mais graves problemas de saúde pública configurando-se numa epidemia que compromete, não só a saúde da população, como também a economia do país e o meio ambiente. Entre os produtos derivados do tabaco consumidos atualmente, estão os cigarros eletrônicos ou E-cigarros. São produtos que proporcionam um aerossol contendo nicotina pelo aquecimento de uma solução tipicamente composta de propilenoglicol ou glicerol, nicotina e aromatizantes.
E-cigarros são comercializados através da televisão, internet, e anúncios impressos como alternativas mais saudáveis para fumar tabaco, como útil para parar de fumar e reduzir o consumo de cigarro, e como forma de contornar as leis anti-fumo, permitindo aos usuários “fumar em qualquer lugar”.
Recentemente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) concluiu, em documento divulgado em 26 de agosto de 2014, que não há provas suficientes de que cigarros eletrônicos ajudem fumantes a largar o vício. De acordo com a nova regulação, os fabricantes não vão poder defender o uso positivo dos cigarros eletrônicos, com o argumento de que são alternativas mais saudáveis ao tabaco ou que eles ajudam os fumantes a largar o vício, por não haver comprovação. A OMS quer a proibição da venda para menores de idade e a produção de sabores de frutas, doces e bebidas alcóolicas, pois existe a preocupação de que os cigarros eletrônicos possam servir como um primeiro contato com a nicotina, levando depois ao tabagismo.
O desenvolvimento de produtos com aditivos para dar sabores adocicados aos cigarros tais como açúcar mel, cereja, tutti-frutti, chocolate dentre outros especialmente atrativos, busca tornar o primeiro contato com o cigarro menos aversivo para crianças e adolescentes, mascarando o gosto ruim do cigarro e facilitando a primeira tragada, abrindo o caminho para que se estabeleça a dependência e o consumo regular.
A OMS também recomendou a proibição do consumo de E-cigarros em lugares públicos fechados até que seja provado que o vapor que sai não é perigoso para quem está perto.
Embora os dados sejam limitados, é claro que as emissões de e- cigarros não são apenas “vapor de água inofensivo”, como é frequentemente alegado, e pode ser uma fonte de poluição do ar interior. Os E-cigarros liberam a nicotina através da criação de um aerossol de partículas ultrafinas, que podem ser variáveis e quimicamente complexas, e são geralmente desconhecidos. Dadas estas incertezas, não é claro se essas partículas têm efeitos sobre a saúde e toxicidade semelhantes às partículas ambientais geradas pelo fumo do cigarro convencional ou fumo passivo.
Diante de muitas dúvidas, enquanto as pesquisas sobre o tema ainda precisam avançar mais, a OMS preferiu pedir a regulação do mercado para evitar novos problemas de saúde.
Fontes:
Ministério da Saúde
Globo.com
E-Cigarettes – A Scientific Review
Imagem: http://www.sol.pt/noticia/10680