Núcleo de Educação e Atenção em Saúde

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Drogas Psicoativas

Neurotransmissores Centrais


O cérebro é um centro de comunicações formado por bilhões de neurônios. As redes de neurônios enviam mensagens para diferentes estruturas dentro do cérebro, medula espinhal e sistema nervoso periférico. Estas redes nervosas coordenam e regulam tudo o que sentimos, pensamos e fazemos. As mensagens são transmitidas entre os neurônios por substâncias químicas chamadas de neurotransmissores, e promovem respostas exitatórias ou inibitórias. São eles: Acetilcolina, Serotonina, Dopamina, Noradrenalina, Ácido Gama Amino Butírico (GABA), Glutamato e Peptídios.

As drogas são substâncias químicas que atuam sobre o cérebro, penetrando no sistema de comunicação e interferindo na forma como as células nervosas normalmente enviam, recebem e processam as informações. Todas as drogas de abuso, direta ou indiretamente, direcionam o sistema de recompensa do cérebro, inundando o circuito com a Dopamina, que é um neurotransmissor presente em regiões do cérebro responsável por regular o movimento, emoção, cognição, motivação e sentimentos de prazer. A superestimulação deste sistema produz os efeitos eufóricos procurados por pessoas que abusam de drogas e os estimulam a repetir esse comportamento.

Alcoolismo


É definido como o consumo excessivo de álcool e/ou a preocupação exacerbada com bebidas alcoólicas ao ponto que este comportamento interfira na vida pessoal, familiar, social ou profissional de um indivíduo. Do ponto de vista médico, o alcoolismo é uma doença crônica, que pode resultar em condições psicológicas e fisiológicas e, por fim, na morte.

Sintomas da Abstinência:

  • Agitação,
  • Irritabilidade;
  • Alucinações;
  • Anorexia;
  • Ansiedade e ataques de pânico;
  • Confusão;
  • Catatonia;
  • Tremores;
  • Fraqueza;
  • Depressão;
  • Excessiva sudorese;
  • alterações de humor.
  • Diarreia, etc.
  • Cefaleia;
  • Hipertensão;
  • Insônia;
  • Náuseas e vômitos;
  • Palpitações;
  • Taquicardia;
  • Convulsões e morte.

Síndrome fetal do álcool

A ingestão de álcool pela mãe durante a gravidez, atinge a corrente sanguínea dela, passando, em seguida, para o feto através das trocas de nutrientes na placenta. Não há quantidade segura de álcool que possa ser ingerido durante a gravidez. Mas a quantidade e a fase da gravidez podem aumentar o risco de surgimento da síndrome, o filho pode ser submetido a uma dose  tóxica de álcool durante sua gestação. O álcool pode ocasionar defeitos que variam de leve a grave, causando gestos desajeitados, problemas de comportamento e falta de crescimento. Um dos reflexos mais graves da toxicidade do álcool na gravidez podem ocasionar rosto desfigurado e retardo mental.

Tabaco


O tabaco começou a ser utilizado aproximadamente no ano 1000 a.C. em rituais mágicoreligiosos, nas sociedades indígenas da América Central. Em meados do século XX, com o incentivo das técnicas de publicidade e marketing, o uso do tabaco se espalhou por todo o mundo.

O tabagismo é reconhecido como uma doença causada pela dependência de uma droga, a nicotina. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), morrem no mundo cerca de cinco milhões de pessoas por ano devido ao consumo de tabaco.

Além disso, a exposição à fumaça do tabaco através da inalação de grandes doses aumenta a probabilidade de ocorrência de doenças consideradas graves como câncer, doenças cardiovasculares e respiratórias, entre outras, gerando aos cofres públicos custos elevadíssimos para o tratamento, além de inúmeras sequelas e mortes.

Dados importantes:

  • De acordo com a OMS, cerca de 10% das populações dos centros urbanos de todo o mundo consomem abusivamente substâncias psicoativas, independentemente da idade, sexo, nível de instrução e poder aquisitivo.
  • No Brasil, estima-se mais de 200 mil mortes prematuras que poderiam ser evitadas, se as pessoas não consumissem o tabaco.

Entre os fatores facilitadores da obtenção de cigarros estão a curiosidade como motivo principal para o início, o baixo custo, a promoção e publicidade, sofisticadas propagandas e atrativos simbólicos, associando-os a imagens de beleza, sucesso, liberdade, poder, inteligência e outros atributos desejados especialmente pelos jovens, como aceitação social e imagem pessoal positiva, além dos significados sociais e existenciais, como transgressão da ordem ou o direito à fantasia e ao inconsciente.

Principais derivados do tabaco: monóxido de carbono, amônia, cetonas, formaldeído, acetaldeído , acroleína, nicotina, alcatrão, arsênico, níquel, benzopireno, cádmio, chumbo, resíduos agrotóxicos, substâncias radioativas, dentre outras 4.700 substâncias.

Atuação do cigarro no organismo:

Durante a tragada, a fumaça do cigarro é inalada para os pulmões e distribuída para o sistema circulatório, chegando, dessa forma, rapidamente ao cérebro, entre 7 e 9 segundos.

A dependência do cigarro:

A nicotina é a droga responsável por causar a dependência. É caracterizada como um substância psicoativa, produzindo uma sensação de prazer para que a consuma, e desta forma podendo levar à dependência. Por ter características complexas, a dependência à nicotina é incluída na Classificação Internacional de Doenças da OMS – CID 10. Ao ser ingerida, atua produzindo alterações no sistema nervoso central, modificando assim o estado emocional e comportamental dos indivíduos. Após atingir o cérebro a nicotina libera vários neurotransmissores que são responsáveis por estimular a sensação de prazer. Com a ingestão contínua da nicotina, o cérebro se adapta e passa a precisar de doses cada vez maiores para manter o mesmo nível de satisfação do início, caracterizando assim o efeito de TOLERÂNCIA à droga. Com o passar do tempo, o
fumante passa a ter necessidade de consumir cada vez mais cigarros.

Tabagismo passivo: É a inalação da fumaça de derivados do tabaco por indivíduos não fumantes que convivem com fumantes em ambientes fechados. A poluição decorrente da fumaça dos derivados do tabaco em ambientes fechados é denominada de Poluição Tabagística (PTA) e, segundo a OMS, é a maior responsável pela poluição em ambientes
fechados. Hoje estima-se que o tabagismo passivo seja a terceira maior causa de morte evitável no mundo, subsequente ao tabagismo ativo e ao consumo excessivo do álcool.

Cocaína


A cocaína é um alcalóide (produto extraído das folhas de uma planta chamada Erythroxilon coca encontrada principalmente em países da América do Sul e Central). Também é conhecida como coca, pó dourado, neve ou “senhora”. A cocaína é um estimulante do Sistema Nervoso Central. Ela atinge rapidamente o cérebro, produz resposta intensa, o que a torna muito procurada como droga de abuso.
Todos os efeitos produzidos pela cocaína variam em função da preparação, das doses, da forma de administração e da frequência de uso. Se a pessoa está sozinha ou em grupos as manifestações produzidas pela droga ou sua intensidade pode diferir. Em pequenas doses ocasiona euforia, excitação e agitação. Em doses moderadas surgem sensação de competência (inteligência, capacidade de resolver problemas, autoconfiança) e habilidade. Em doses elevadas pode provocar alucinações. Após o término do efeito da dose a pessoa pode sentir-se deprimida (triste) e ficar tentada a usar outra dose para se animar.

Quais os efeitos associados ao uso da cocaína?

Já com doses baixas, a cocaína ocasiona alterações em todo o organismo como aumento da freqüência dos batimentos cardíacos (taquicardia) e aumento da pressão arterial (hipertensão). Com a utilização da doses moderadas podem aparecer vômitos, diarréia, excitação, confusão das idéias até ansiedade extrema. Estes efeitos podem durar de poucas horas até alguns dias. A utilização de doses elevadas podem ocasionar uma significativa hipertensão arterial, taquicardia, calafrios, transpiração excessiva, convulsões e morte (por efeitos sobre o coração e respiração) que caracterizam a intoxicação aguda, também conhecida como overdose. Com o uso freqüente e contínuo (semanas ou meses) podem ocorrer alterações comportamentais como: agressividade, idéia de perseguição(paranóia), alucinações táteis (sensação de insetos caminhando sobre a pele), visuais e auditivas (ver e ouvir coisas) e delírios (desorientação, confusão, medo e ilusões). Também pode ocorrer emagrecimento e perfuração dos septo nasal quando inalada.

Quais os riscos do uso de cocaína injetável?

A administração injetável (parenteral) da cocaína pode trazer problemas em função do solvente utilizado (líquido par dissolver a droga) e das seringas não serem esterilizadas. Também pode acontecer da contaminação ocorrer pelo fato da mesma seringa ser utilizada por mais de uma pessoa. Transmissão de hepatite de endocardite infecciosa, AIDS e menos comumente pneumonia ou infecções localizadas são as doenças mais freqüentes. A falta de higiene no local da administração da droga pode ocasionar o aparecimento de feridas (ulcerações) e desencadear, mais tarde, uma infecção grave em outros locais do organismo.

Quais os problemas do uso da cocaína na gravidez?

O uso continuado de cocaína durante a gravidez pode ser responsável pelo nascimento de bebês pequenos (retardo de crescimento intra-uterino), malformações (microcefalia) e abortos espontâneos. Além disso, após o nascimento, o bebê pode apresentar comprometimento neurológico e ter manifestações comportamentais diferentes (ex.: chorar de forma inconsolável).

A cocaína produz dependência?

Sim, quando o usuário utiliza a droga por diversos dias ou meses. No início a pessoa pode sentir necessidade do aumento da dose para produção do mesmo efeito (tolerância). Além disto, afasta-se da família, amigos e trabalho e pode passar a vender os seus objetos ou a roubar para manter o consumo da droga. Quando a pessoa pára de usar ou reduz a quantidade utilizada pode sentir depressão (tristeza), irritabilidade, ansiedade, cansaço e insônia (não consegue dormir). Por isso, existe uma forte tendência para a continuação do uso da droga.

Existe tratamento para o usuário de cocaína?

Sim. O usuário não deve sentir-se abandonado por amigos ou familiares. Ele deve ser incentivado a procurar ajuda em centros especializados onde o tratamento de desintoxicação e acompanhamento posterior poderão ser obtidos.

Crack


É uma droga, geralmente fumada, feita a partir da mistura de pasta de cocaína com bicarbonato de sódio. É uma forma impura de cocaína e não um sub-produto. O nome derivado crack, significa quebrar, devido aos pequenos estalidos produzidos pelos cristais (as pedras) ao serem queimados, como se quebrassem. É uma forma de apresentação de cocaína, pois é inalado, por via oral, após ter sido aquecido em recipiente (cachimbo) improvisado. Dessa forma, sua absorção, e, portanto sua biodisponibilidade, é mais rápida que a cocaína em pó, aspirada via intranasal. A fumaça produzida pela queima da pedra de crack chega ao sistema nervoso central em dez segundos, devido ao fato de a área de absorção pulmonar ser grande e seu efeito dura de 3 a 10 minutos. Com efeito, de euforia mais forte do que o da cocaína, após o que produz muita depressão, o que leva o usuário a usar novamente para compensar o mal-estar, provocando intensa dependência.

Quais são os sinais para reconhecimento do uso de crack?

  • Abandono de interesses sociais não ligados ao consumo e compra de drogas;
  • Mudança de companhias e de amigos não ligados ao consumo desta;
  • Visível mudança física, perda de pelos, pele ressecada, envelhecimento precoce;
  • Comportamento deprimido, cansaço, e descuido na aparência, irritação e agressividade com terceiros, por palavras e atitudes;
  • Dificuldades ou abandono escolar, perda de interesse pelo trabalho ou hábitos anteriores ao uso do crack.

Efeitos e Causas:

Por ser estimulante, ocasiona dependência física e, posteriormente, a morte por sua terrível ação sobre o sistema nervoso central e cardíaco. Devido á sua ação sobre o sistema nervoso central, o crack gera aceleração dos batimentos cardíacos, aumento de pressão arterial, dilatação das pupilas, suor intenso, depressão, tremores, excitação, maior aptidão física e mental. Os efeitos psicológicos são euforia, sensação de poder e aumento da autoestima. A dependência se constitui em pouco tempo no organismo. Se inalado junto com o álcool, o crack aumenta o ritmo cardíaco e a pressão arterial o que pode levar a resultados letais. O usuário de crack desenvolve um grande medo e desconfiança e passam a vigiar o local onde usam a droga. Eventualmente, podem ter alucinações e delírios. A esse conjunto de sintomas dá-se o nome de “psicose cocaínica”. Além dos sintomas descritos os usuários de cocaína e crack perdem muito peso em poucas semanas e como também perdem o interesse sexual.

Anfetaminas


São substâncias capazes de acelerar o funcionamento do cérebro, e com esta hiperexcitabilidade aumentam o estado de alerta, diminuem o sono e o apetite, e aumenta a capacidade física para o trabalho e esportes, apesar de diminuir o desempenho do usuário nestas atividades. São produzidos sinteticamente, obtidos em laboratórios.

Existem várias drogas anfetamínicas com efeito estimulante similar. Elas podem ser ingeridas na forma de comprimidos e também ser injetadas. A anfetamina é uma droga ilícita, quando usada sem fins médicos. Encontra-se na composição de medicamentos disponíveis no mercado para uso médico. As anfetaminas também são conhecidas como bola, boleta, pedra.

As anfetaminas agem de maneira ampla afetando vários comportamentos do ser humano. A pessoa sob sua ação tem insônia, inapetência (perde o apetite), sente-se cheia de energia e fala mais rápido, ficando “ligada”.

A pessoa que toma anfetaminas é capaz de executar uma atividade qualquer por mais tempo, sentindo menos cansaço. Este só aparece horas mais tarde, quando a droga já se foi do organismo; se nova dose for tomada as energias voltam, embora com menos intensidade. De qualquer maneira, as anfetaminas fazem com que o organismo reaja acima de suas capacidades, esforços excessivos, o que logicamente é prejudicial para a saúde. E, o pior é que a pessoa ao parar de tomar sente uma grande falta de energia (astenia), ficando bastante deprimida, o que também é prejudicial, pois nem consegue realizar as tarefas que normalmente fazia anteriormente ao uso dessas drogas.

Inalantes


É um vasto grupo de produtos diferentes, usados licitamente em várias das atividades industriais, comerciais e domésticas. Alguns são derivados do petróleo e são encontrados na forma de solventes para ceras, colas, graxas, tintas, azeites: em perfumes, corantes, resinas, como combustíveis, entre outros.

Como são voláteis, evaporam à temperatura ambiente, o que facilita que sejam inalados (cheirados) de qualquer recipiente. Popularmente são conhecidos como “cheirinho da loló”, “cheirinho do morro”, ou “cheirinho”, além de “lança perfume”. Apresentam diversas composições e são usadas ilegalmente.

Os efeitos podem ser diferentes, dependendo do tipo de solvente, das doses e do tempo utilizado. Os problemas mais imediatos são os acidentes que o usuário pode sofrer, pela incoordenação motora. Pelo uso crônico, ocorre irritação das mucosas, do sistema respiratório e da pele e pode aparecer lesão do fígado ou do coração, atrofia cerebral com diminuição da memória e lesão dos nervos periféricos com diminuição da força ou do tato.

Os usuários utilizam os inalantes por vários dias da semana, por longos períodos das suas vidas, em geral com outros usuários, aumentam a dose usada algumas vezes, porque, com o tempo, a mesma quantidade de droga produz menos efeito. Quando o indivíduo para subitamente de usar o inalante os sinais de abstinência são raros e discretos.

Ecstasy


É um derivado sintético da anfetamina, conhecido como 3,4-metilenodioximetanfetamina (MDMA). Pode ser classificado tanto como um psicoestimulante, como também ser agrupado com os alucinógenos e “flashbacks”, que causa, quando usado em doses muito altas. É consumido por via oral, na forma de cápsulas gelatinosas e em comprimidos, que são encontrados em várias cores, desenhos e tamanhos diferentes. Estas preparações são freqüentemente misturadas em sucos de frutas ou em outras bebidas. Também é utilizado por via intra-nasal, em forma de pó. Alguns preparados feitos na rua podem conter também cafeína, LSD, anfetamina e outras substâncias alucinógenas.

Em doses baixas pode ocorrer: taquicardia, hipertensão (pressão alta), tremores, trismo ou bruxismo (rigidez na mandíbula), diminuição do apetite, insônia, náusea, cefaléia (dor de cabeça) e sudorese. A maioria dos efeitos desaparecem em 24 horas.

O êxtase é considerado uma droga, que leva a dependência fisiológica, pois induz tolerância, é usado em doses maiores do que o planejado, é usado mesmo se tendo conhecimento dos efeitos adversos e, produz ressaca após o uso, caracterizada por insônia e cansaço. O uso dessa droga é proibido em vários países, inclusive no Brasil. As anfetaminas não exercem somente efeitos no cérebro. Assim, agem na pupila dos olhos produzindo dilatação (midríase); esse efeito é prejudicial para os motoristas, pois à noite ficam mais ofuscados pelos faróis dos carros em direção contrária. Elas também causam aumento do número de batimentos do coração (taquicardia) e da pressão sangüínea.

Maconha


É a droga de entrada para consumo das outras drogas. Barata e de fácil acesso, o seu uso continuado interfere na aprendizagem, memorização e na fertilidade. É uma combinação de flores e folhas da planta conhecida como Cannabis sativa, e pode ser verde, marrom ou cinza.

Causa vermelhidão nos olhos, boca seca, taquicardia; angústia e medo para uns, calma e relaxamento para outros.
Vício mundial, a maconha é usada comendo-a, mascando-a, fumando-a; aspirando-a sob a forma de rapé, ou engolindo-a.

Quase imediatamente depois de inalar a maconha, a pessoa pode sentir intoxicação, boca seca, batidas aceleradas do coração, dificuldades na coordenação do movimento e do equilíbrio, e reações ou reflexos lentos. Os vasos sanguíneos dos olhos se expandem, por isso ficam avermelhados.Em algumas pessoas, a maconha aumenta a pressão sanguínea e pode até duplicar o ritmo cardíaco. Este efeito pode acentuar-se quando se mistura outras drogas com a maconha; algo sobre o qual nem sempre o fumante pode ter certeza do que é. Depois de 2 ou 3 horas, a pessoa pode sentir muito sono.

Não cria a dependência física, mas a psicológica. Dependendo da personalidade do usuário, pode ser brutal; logo se retirada imediatamente, a saúde não correrá nenhum risco, porém, a força de vontade do paciente tem de ser grande, exatamente para vencer sua necessidade psíquica de buscar a maconha.

Merla


A merla é um subproduto da cocaína. É obtida das folhas de coca às quais se adicionam alguns solventes como ácido sulfúrico, querosene, cal virgem, transformando-se num produto de consistência pastosa com uma concentração variável entre 40 a 70% de cocaína.

Pode ser fumada pura ou misturada ao tabaco comum, ou à maconha (bazuca). Possui a cor amarelo pálido a mais escuro quando vai envelhecendo.

É uma droga altamente perigosa, que causa dependência física e psíquica, além de provocar danos, as vezes irreversíveis ao organismo.

Sua absorção normalmente é muito grande através da mucosa pulmonar e seu efeito é excitante do Sistema Nervoso Central. Sua atuação é semelhante a da cocaína, causa euforia, aumento de energia, diminuição da fadiga, do sono, do apetite, ocasionando perda de peso e psicose tóxica (alucinações, delírios, confusão mental). Devido aos resíduos dos ácidos solventes, os usuários poderão apresentar casos de fibrose (endurecimento pulmonar).

Durante o uso podem ocorrer convulsões e perda da consciência. As convulsões podem levar a parada respiratória, coma, ou parada cardíaca e, obviamente, à morte.

O usuário comumente apresenta as extremidades dos dedos amareladas. Pode evidenciar lacrimejamento, olhos avermelhados, irritados, respiração difícil, tremores das mãos, muita inquietação e irritabilidade. A longo prazo, perda dos dentes causado pelo ácido de bateria usado na mistura.

Passado a euforia provocada pelo uso, surgem efeitos como alucinações, depressão, sensação de medo e paranóia de perseguição, por isso a merla é também chamada pelos usuários de “nóia”, gíria derivada da palavra paranóia. Essas sensações continuadas podem, em alguns casos, levar ao suicídio.

Oxi


O oxi é uma mistura da pasta base de cocaína, fabricada a partir das folhas de coca, com substâncias químicas de fácil acesso, como querosene, gasolina, cal virgem ou solvente usado em construções. Também é feita utilizando uma substância alcalina e um solvente para extrair uma maior quantidade do princípio ativo da planta, responsável pelo efeito principal da droga no sistema nervoso.

A droga pode ser misturada ao cigarro comum e ao cigarro de maconha, mas, geralmente, é fumado em cachimbos de fabricação caseira, como o crack.

A principal diferença entre o oxi e o crack no mercado das drogas é o preço. O oxi é mais barato justamente porque é feito com produtos químicos que podem ser conseguidos sem fiscalização e a preços baixos. Também por causa da utilização destas substâncias químicas, ele é mais prejudicial ao organismo do que o crack.

O oxi age no sistema nervoso, proporcionando sensações variadas, que podem ir de prazer e alívio a angústia e paranoia a depender da pessoa. Uma vez no organismo, a combinação de substâncias do oxi pode causar lesões sérias da boca até os rins. Na boca, o querosene ou gasolina combinados com o calor provocam ferimentos nos lábios e na mucosa bucal, danificam as papilas gustativas da língua – células responsáveis pelo reconhecimento de sabores -, causam ferimentos no esôfago e corroem os dentes.A cal virgem na droga pode provocar fibrose pulmonar, que prejudica a captação de ar pelo pulmão.Quem consome oxi também está sujeito a falhas nos rins, que também ficam sobrecarregados pela alta quantidade de toxinas resultantes da combinação química da droga.

A dificuldade dos rins em eliminar as toxinas faz com que elas permaneçam circulando no sangue, causando náuseas, diarreia e problemas gastrointestinais.Além disso, o usuário também está vulnerável aos problemas causados pelo princípio ativo da cocaína, como o risco de ataques cardíacos e acidentes vasculares cerebrais (AVCs).